A alfabetização deixou de ser apenas aprender as letras e os sons correspondentes e sim uma aprendizagem mais ampla e complexa daquelas que estávamos acostumados nas cartilhas, sendo que a aprendizagem era passada de forma sintética baseando-se apenas na memorização. Esta concepção ampliada do conteúdo da alfabetização acabou por levar a uma orientação pedagógica na qual, além de aprender sobre as letras, os alunos aprendem sobre os diversos usos e as formas da língua que existem num mundo onde a escrita é um meio essencial de comunicação. Mas, para poder participar realmente do mundo letrado, é preciso muito mais que isso, dentro de uma concepção pedagógica mais moderna a educação é projetada como experiências de vivência multiplicadas e variadas, tendo em vista o desenvolvimento motor, cognitivo, objetivo e social do educando.
Os autores nos levam a tomar uma atitude em relação ao nosso compromisso não apenas em relação à educação, mas também no contexto social no qual estamos inseridos, qual a nossa contribuição? O que podemos fazer para diferenciar nosso trabalho de tantos outros que já existe?
Precisamos nos atualizar, hoje estudamos novos conceitos e para que nossos objetivos sejam alcançados precisamos entender que ensinar não é apenas transmitir conhecimentos e sim preparar o educando motivando-o a sair do comodismo levando-os a uma reflexão crítica e transformadora. No entanto, na realidade das escolas, quando procuramos decodificar o significado de ensinar, as idéias definem o professor como agente principal e responsável pelo ensino, sendo as atividades centralizadas em suas qualidades e habilidades e aprender também relaciona um único agente principal e responsável, o aluno e as atividades centradas em suas capacidades, possibilidades e condições para que aprenda.
Todos os profissionais da educação deveriam estar preparados para ensinar de forma significativa uma educação de qualidade e eficácia com a real preocupação de transformar o aluno um cidadão critico e participante, visto que esta contribui para despertar a consciência política e a compreensão sobre a diferença transformadora causada na sociedade por meio de uma prática pedagógica fundada na formação plena do indivíduo e construída com consciência, responsabilidade e respeito aos educandos. Permitindo uma ampliação da visão político-social, e para os que ainda não tem essa compreensão possibilita “enxergar” a importância de ser politizado e participar ativamente das manifestações e decisões políticas do país, além de deixar claro o papel que exercemos.
Deveríamos assumir o papel de educador, para tentarmos envolver e comover a sociedade a lutar por uma educação mais real, mais digna. Esse processo que torna o ensino significativo, não adianta ser um mero transmissor de conteúdos, o docente precisa fazer a diferença ter perspectivas e buscar algo inovador, é necessário ter criatividade, comprometimento com a educação, e ter consciência que o trabalho é árduo. Cabe a cada um de nós contribuirmos para que se possa melhorar nos desenvolvimentos das atividades escolares. Uma das muitas competências que ainda precisamos desenvolver é a de reconhecer que além da crítica precisamos de ações concretas, viáveis, possíveis e úteis, e isso só será possível por meio do nosso conhecimento e desejo de participar dos acontecimentos, nos tornando de fato cidadãos críticos, competentes e atuantes, pois, a escola não existe só para preparar os jovens para mão-de-obra.
A linguagem ajuda a conquistar a cidadania: não basta saber ler e escrever; é preciso estar informado, dominar a linguagem para participar ativamente de todos os segmentos da sociedade, desenvolvendo a capacidade de argumentar para defender os seus pontos de vista.
Análise de Texto baseado em: Letramento e Alfabetização (Magda Soares) e Alfabetização e Miséria (Paulo Freire).
Cléo Santana
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